Eu tive depressão

Como bem dito eu tive depressão, não sou uma depressão, sou uma pessoa que teve depressão. E a maioria das pessoas ficam chocadas quando converso sobre isso. A depressão é algo difícil de explicar, principalmente nessa era tecnológica onde uns e outros “acham” alguma coisa sobre a vida alheia pelas fotos. Não, a minha vida não é uma rede social.

Ter depressão não significa ficar o tempo todo na cama [em alguns casos graves, infelizmente sim], mas sim, existe momentos em que isso acontece e é um momento muito delicado de lidar porque literalmente não saio da cama e se for dizer que basta apenas sair para tentar fazer algo do dia, pare de ler esse texto agora, você precisa se orientar melhor.

Eu tento fazer meu melhor, mas uma crítica imensa entra nos meus pensamentos e não consigo me mover. É aquela história de que algo te domina constantemente sem perceber.

Muitas vezes não sinto vontades. Apenas fico no meu canto e deixo passar o dia respeitando meu momento, mas não querendo estar nesse momento.

Hoje em dia, tendo uma consciência do que quando tinha 12 anos sei o quão é sério e principalmente o quanto as pessoas te julgam sem nem mesmo saber o que na real é sentido porque muitas vezes nem eu mesma sabia ou sei o que sinto.

Postar uma foto sorrindo em uma viagem com pensamentos felizes simplesmente não quer dizer que você é assim, você pode estar, como um momento feliz que passou na sua vida e decidiu compartilhar. Como já disse, estar não quer dizer ser. Eu sou a Pamela e neste momento eu ESTOU assim, mas não quer dizer que eu SOU assim. Há situações e assuntos muito chatos de serem resolvidos, incluindo pessoas, sonhos, dinheiro, responsabilidades e quando acontece de juntar tudo como uma bola de neve, acontece exatamente o que sempre temo, essas crises.

Já fui chamada de egocêntrica ou egoísta sem nem saberem o que estava acontecendo comigo. Tive uma crise existencial tão forte e frustrante que por um momento desisti de mim e isso foi o ponto final para eu desistir de mim.

Escrevo há muitos anos, não muito, mas sempre tive esse hobby o que me fez enxergar os próprios sentimentos em palavras e assim rever, reanalisar e ressignificar quem eu fui e sou. E por isso quis deixar em pratos limpos e anunciar que depressão não ter cor, peso, beleza, gênero e muito menos ela escolhe com quem vai “brincar”.

Atualmente digo que tenho crises emocionais passageiras em que eu desmonto por um momento, mas conscientemente me remonto. Não sou nem um pouco simpática ou empática quando essas crises chegam. Mas graças a Deus e as pessoas certas, eu sou melhor. Estou melhor cada ano que passa.

O que eu quero deixar por aqui é que todo mundo têm problemas, me apresente quem não e por exatamente isso mesmo que o mundo precisa ser mais empático e não invasivo. Somos feitos de critérios e julgamentos que pré estabelecemos antes de saber, sentir e viver tal, porém, aprendi a me respeitar mais ainda, deixando de lado coisas e pessoas que não se encaixam na minha vida, nos meus princípios e seguindo em frente como um passo de cada vez, em que eu sei que o mais importante e mais clichê frase, não é a chegada ao destino e sim o trajeto.

Não tenho vergonha de ser o que você é por achar que depressão é motivo disso, saiba que o teu semelhante sempre irá ser atraído. Crie vínculos parecidos com teus ideais, crie círculos de amizades que sabem quem você é e mantenha o que te faz bem e feliz, o que não, diga obrigadx e siga seu objetivo. Siga os passos de pessoas inspiradoras, cultas, sábias, de paz e amor.

Acredite sempre em você mesmo quando estiver “estando” algo, saiba o que você é, não classifique o seu ser resumindo em estar. SEJA!

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